quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Dezembro, um abraço!

Dezembro é o  mês com trânsito intenso a qualquer hora, mês em que há muito calor e muita chuva, restaurantes barulhentos, pessoas impacientes, médicos com agendas lotadas, parece que o brasileiro se organiza como se fosse acontecer uma guerra. Todos os mercados lotados, as casas abastecidas, os presentes embrulhados, as roupas novas... parece que tudo precisa ser organizado antes do ano acabar e por isso é também o mês da arrumação.
Arrumar a casa no fim do ano, significa arrumar as ideias. Talvez seja por isso que todo mês de dezembro eu arrume o que não arrumei o ano todo. Colocar o que nos interessa no lugar certo.
Em uma dessas arrumações, caiu literalmente na minha cabeça, um livro que há anos não sabia onde estava. Trata-se do Livro dos Abraços do escritor uruguaio Eduardo Galeano.
                                  
                                              
Desço a escada que me leva até o alto da estante,  abro o livro e sinto cheiro de lembrança. Mas só depois de alguns minutos vejo a dedicatória:
                "O Livro dos abraços com um abraço bem apertadinho. Sempre"
Isso tudo me fez pensar que embora o mês de dezembro seja sempre um tumulto, certamente é o mês em que recebemos e damos abraços carinhosos em todos: nas pessoas que conhecemos e vemos todos os dias, nas recém chegadas nas nossas vidas, nas que não vemos há tanto tempo, nas que nunca mais veremos novamente...
Não arrumo o livro na estante, ele ainda não tem o lugar certo, é preciso reler. Apenas dou um abraço no livro acreditando que definitivamente Dezembro é o mês do abraço...E assim viro a página de 2011, desejando a todos um abraço bem apertadinho.Sempre.
Cristina

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

II SIELP - Simpósio Internacional de Língua Portuguesa


UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA
30/05 A 01/06
de
2012


                    
                                   As inscrições e outras informações no site www.ileel.ufu.br/sielp

domingo, 18 de dezembro de 2011

Cesaria Evora deixa saudades....


Paris, 05/04/2004


E m'dojr bo caba q'ues esparate
Pa ca ba pobe nome d'velocidade
Oia q'ma tude cosa forte
Um dia ta t'chega na fim (2 x)

Se bo ta moda um tracolança
'M ca sabê
Se bo vida ta na balança
'M ca e culpode (2 x)

Ja'l soma ta bem ta treme
Q'tude se vaidade estilusinha
Ele ca t'ma fe na ques desgraçode
Q'tava traz d'quel esquina ta guital (2 x)

Se bo ta moda um tracolança. . .
Se bo ta moda um tracolança. . .
Ja'l soma ta bem ta treme. . .
Se bo ta moda um tracolanca. . .

sábado, 17 de dezembro de 2011

Fábula dos Dois Leões

Diz que eram dois leões que fugiram do Jardim Zoológico. Na hora da fuga cada um tomou um rumo, para despistar os perseguidores. Um dos leões foi para as matas da Tijuca e outro foi para o centro da cidade. Procuraram os leões de todo jeito mas ninguém encontrou. Tinham sumido, que nem o leite.
Vai daí, depois de uma semana, para surpresa geral, o leão que voltou foi justamente o que fugira para as matas da Tijuca. Voltou magro, faminto e alquebrado. Foi preciso pedir a um deputado do PTB que arranjasse vaga para ele no Jardim Zoológico outra vez, porque ninguém via vantagem em reintegrar um leão tão carcomido assim. E, como deputado do PTB arranja sempre colocação para quem não interessa colocar, o leão foi reconduzido à sua jaula.
Passaram-se oito meses e ninguém mais se lembrava do leão que fugira para o centro da cidade quando, lá um dia, o bruto foi recapturado. Voltou para o Jardim Zoológico gordo, sadio, vendendo saúde. Apresentava aquele ar próspero do Augusto Frederico Schmidt que, para certas coisas, também é leão.
Mal ficaram juntos de novo, o leão que fugira para as florestas da Tijuca disse pro coleguinha:
— Puxa, rapaz, como é que você conseguiu ficar na cidade esse tempo todo e ainda voltar com essa saúde? Eu, que fugi para as matas da Tijuca, tive que pedir arreglo, porque quase não encontrava o que comer, como é então que você... vá, diz como foi.
O outro leão então explicou:
 — Eu meti os peitos e fui me esconder numa repartição pública. Cada dia eu comia um funcionário e ninguém dava por falta dele.
— E por que voltou pra cá? Tinham acabado os funcionários?
— Nada disso. O que não acaba no Brasil é funcionário público. É que eu cometi um erro gravíssimo. Comi o diretor, idem um chefe de seção, funcionários diversos, ninguém dava por falta. No dia em que eu comi o cara que servia o cafezinho...me apanharam.
   Fonte: “Primo Altamirando e Elas”, Stanislaw Ponte Preta. Editora do Autor – Rio de Janeiro, 1961.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Fim

                                     

Portanto, esta história começa pelo fim, quando ela sobe para o ônibus das 15h30 e olha para trás.  Triste, mas não cabisbaixa. Observa se está na poltrana 11. Reclina a poltrona, ajeita a bolsa no colo, olha pela janela. Está claro: a história acabou.

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Um Sonho de Simplicidade

Out. 2011
      
Então, de repente, no meio dessa desarrumação feroz da vida urbana, dá na gente um sonho de simplicidade. Será um sonho vão? Detenho-me um instante, entre duas providências a tomar, para me fazer essa pergunta. Por que fumar tantos cigarros? Eles não me dão prazer algum; apenas me fazem falta. São uma necessidade que inventei. Por que beber uísque, por que procurar a voz de mulher na penumbra ou os amigos no bar para dizer coisas vãs, brilhar um pouco, saber intrigas?
Uma vez, entrando numa loja para comprar uma gravata, tive de repente um ataque de pudor me surpreendendo assim, a escolher um pano colorido para amarrar ao pescoço.
A vida bem poderia ser mais simples. Precisamos de uma casa, comida, uma simples mulher, que mais? Que se possa andar limpo e não ter fome, nem sede, nem frio. Para que beber tanta coisa gelada? Antes eu tomava a água fresca da talha, e a água era boa. E quando precisava de um pouco de evasão, meu trago de cachaça.
Que restaurante ou boate me deu o prazer que tive na choupana daquele velho caboclo do Acre? A gente tinha ido pescar no rio, de noite. Puxamos a rede afundando os pés na lama, na noite escura, e isso era bom. Quando ficamos bem cansados, meio molhados, com frio, subimos a barranca, no meio do mato, e chegamos à choça de um velho seringueiro. Ele acendeu um fogo, esquentamos um pouco junto do fogo, depois me deitei numa grande rede branca — foi um carinho ao longo de todos os músculos cansados. E então ele me deu um pedaço de peixe moqueado e meia caneca de cachaça. Que prazer em comer aquele peixe, que calor bom em tomar aquela cachaça e ficar algum tempo a conversar, entre grilos e votes distantes de animais noturnos.
Seria possível deixar essa eterna inquietação das madrugadas urbanas, inaugurar de repente uma vida de acordar bem cedo? Outro dia vi uma linda mulher, e senti um entusiasmo grande, uma vontade de conhecer mais aquela bela estrangeira: conversamos muito, essa primeira conversa longa em que a gente vai jogando um baralho meio marcado, e anda devagar, como a patrulha que faz um reconhecimento. Mas por que, para que, essa eterna curiosidade, essa fome de outros corpos e outras almas?
Mas para instaurar uma vida mais simples e sábia, então seria preciso ganhar a vida de outro jeito, não assim, nesse comércio de pequenas pilhas de palavras, esse oficio absurdo e vão de dizer coisas, dizer coisas... Seria preciso fazer algo de sólido e de singelo: tirar areia do rio, cortar lenha, lavrar a terra, algo de útil e concreto, que me fatigasse o corpo. mas deixasse a alma sossegada e limpa.
Todo mundo, com certeza, tem de repente um sonho assim. E apenas um instante. O telefone toca. Um momento! Tiramos um lápis do bolso para tomar nota de um nome, um número... Para que tomar nota? Não precisamos tomar nota de nada, precisamos apenas viver — sem nome, nem número, fortes, doces, distraídos, bons, como os bois, as mangueiras e o ribeirão.
                            (BRAGA, Rubem. 200 crônicas escolhidas. RJ: Record, 1983)

domingo, 11 de dezembro de 2011

sábado, 10 de dezembro de 2011

Velhas árvores

        Escrito por Olavo Bilac no século XIX, por volta de 1888
      
Olha estas velhas árvores, mais belas
Do que as árvores moças, mais amigas,
Tanto mais belas quanto mais antigas,
Vencedoras da idade e das procelas...
O homem, a fera e o inseto, à sombra delas
Vivem, livres da fome e de fadigas:
E em seus galhos abrigam-se as cantigas
E os amores das aves tagarelas.
Não choremos, amigo, a mocidade!
Envelheçamos rindo. Envelheçamos
Como as árvores fortes envelhecem:
Na glória de alegria e da bondade,
Agasalhando os pássaros nos ramos,
Dando sombra e consolo aos que padecem!
e bem atual.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

O Poliglota

Achava-se Emilio de Meneses em uma roda da “Pascoal”, quando chegou um amigo e apresentou-lhe um rapaz que vinha em sua companhia:
- Apresentou-lhe Fulano de Tal. É nosso patrício e tem corrido o mundo inteiro. Fala corretamente o inglês, o francês, o italiano, o espanhol, o alemão...
O rapaz sorria, modesto, antes os elogios, e a palestra voltou ao que era.
Ao fim de uma hora, durante a qual apenas proferiu alguns monossílabos, o viajante despediu-se e se foi embora.
- Que tal esse camarada? Perguntou a Emilio um dos da roda.
- Inteligentíssimo e, sobretudo, muito criterioso – opinou o rei dos boêmios.
- Mas ele não disse palavra...
- Pois, por isso mesmo, tornou Emilio. E rindo: você não acha que é ter talento saber ficar calado em seis línguas diferentes?

                                               (Humberto de Campos)

sábado, 3 de dezembro de 2011

Roda o baleiro porque gente grande precisa de carinho

Além dos péssimos programas na TV, me assusto com a quantidade de propagandas também péssimas. Logo as propagandas! Eram criativas, inteligentes, irônicas....eram.... era: já era! Não aguento mais tanta propaganda de carro, telefone celular, cerveja! Somos apenas isso?
Saudades do jingle da bala kids, dos cobertores Parahyba, do cotonete azul que dançava e mudava de cor. Outro consumo. Outro tempo.
           
                              

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Galáxia

Arquivo pessoal

                         "a cidade girando
                          arrasta em seu giro
                          pânicos destinos desatinos
                          risos choros
                          luzi-luzindo nos cômodos sombrios
                          da Urca, da Tijuca, do Flamengo
                                                                     (...)"
                                                             Ferreira Gullar

terça-feira, 29 de novembro de 2011

PALAVRAS- Manoel de Barros



Veio me dizer que eu desestruturo a linguagem. Eu desestruturo a linguagem? Vejamos: eu estou bem sentado num lugar. Vem uma palavra e tira o lugar de debaixo de mim. Tira o lugar em que eu estava sentado. Eu não fazia nada para que a palavra me desalojasse daquele lugar. E eu nem atrapalhava a passagem de ninguém. Ao retirar de debaixo de mim o lugar, eu desaprumei. Ali só havia um grilo com a sua flauta de couro. O grilo feridava o silêncio. Os moradores do lugar se queixavam do grilo. Veio uma palavra e retirou o grilo da flauta. Agora eu pergunto: quem desestruturou a linguagem? Fui eu ou foram as palavras? E o lugar que retiraram de debaixo de mim? Não era para terem retirado a mim do lugar? Foram as palavras pois que desestruturaram a linguagem. E não eu.
(BARROS, Manoel de.
Ensaios fotográficos. Rio de Janeiro: Record, 2000.)

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Desapega!

A leitura do livro foi para ela uma revelação. Havia muito tempo pensava em mudar de vida, em dar um novo rumo à sua existência, terminando com as frustrações, realizando seus sonhos de juventude. Achava, porém, que isso só poderia ser feito de maneira drástica, terminando com o casamento, saindo de casa, indo morar em algum lugar distante. Mas o livro sugeria que não precisava chegar a tais extremos. Poderia começar de maneira modesta e prática: jogando fora 50 coisas que considerasse desnecessárias. Um passo para começar a distinguir o que era realmente importante do que era apenas secundário.
Livrar-se de 50 coisas desnecessárias não seria, porém, coisa fácil. Por causa do marido. Homem autoritário, obsessivo, não queria que nada fosse jogado fora. Tudo teria de ser guardado: jornais antiquíssimos, eletrodomésticos que já não funcionavam, roupas velhas e rasgadas, e até biscoitos mofados.
Felizmente, para ele, e infelizmente para ela, a casa, herdada da família dele, era enorme: dois pisos, sótão, porão. Resultado: velharias e quinquilharias por toda a parte. O pior é que ele conhecia cada coisa, cada objeto; sabia procurá-los nos lugares onde estavam. E reclamava de qualquer mudança, por mais insignificante que fosse. Já despedira incontáveis empregadas por causa disso.
Mas ela estava determinada a ir em frente com seu projeto. E, quando tivesse reunido os 50 objetos de que falava o livro, não os jogaria fora apenas: trataria de queimá-los numa fogueira monumental que, além de garantir a irreversibilidade da mudança, simbolizaria o ingresso na nova fase de sua vida.
Para facilitar a tarefa, resolveu trabalhar com grupos de dez objetos. Primeiro grupo: roupas usadas do marido. Fácil, muito fácil. Meias furadas, camisas rasgadas e manchadas, paletós fora de moda: num instante a coleta terminou. Depois veio o grupo da papelada, que incluía jornais e revistas antigos. Também foi fácil. Revistas de dez anos atrás estavam guardadas numa prateleira! Coisa completamente maluca! Foi tudo encaminhado para uma pilha no quintal.
O terceiro grupo era de livros, e aí já foi mais difícil; em muitos casos ela ficou em dúvida. Mas os volumes comidos de traça obviamente podiam ser dispensados, assim como os livros em duplicata. (...) O quarto grupo era de equipamentos fora de uso. Também difícil. Poderia jogar fora uma máquina de escrever manual? Uma impressora aparentemente fora de combate? De qualquer jeito deu para juntar dez itens, que foram direto para a pilha do quintal.
E aí veio o quinto grupo, o mais difícil: objetos pessoais e decorativos. (...) De qualquer modo foi indo e conseguiu chegar à cifra de nove coisas descartáveis.
Faltava um décimo objeto, e ela estava pensando a respeito, quando o marido chegou. Ao ver o que a mulher estava fazendo, teve um ataque de fúria: era uma falta de respeito aquilo e ela tinha de botar tudo no lugar imediatamente.
A ordem foi, claro, cumprida. Mas ela não pôde deixar de pensar que, ao menos, tinha descoberto o quinquagésimo item a ser jogado fora.

                                                                                 SCLIAR, Moacir. A arte de jogar fora.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

A pele que habito

                                                  

   
Assisti ao novo filme do diretor espanhol Almodóvar e acredito que de todos os filmes que assisti este ano, A pele que habito, sem dúvida, é o melhor. Amodovar apresenta a história de um médico, cirurgião plástico, em busca de um “final feliz” para uma história de perdas. Li algumas críticas sobre o filme e cada uma conta o enredo do filme de uma forma diferente. Claro. A pele que habito relaciona várias histórias em uma só e isso é o mais interessante. Uma história se torna interessante pela forma como se conta e quando o roteiro é bom dificilmente o filme é ruim. O contrário pode acontecer: um roteiro ruim dificilmente torna-se um bom filme. Já vi outros filmes do Almodóvar — Abraços Partidos, Volver, Tudo sobre minha mãe e Fale com ela. Mas A pele que habito é o melhor, pela sequência da trama, pela trilha sonora, pelos atores, por Amodovar que teve a precisão de cirurgião. Cortou e deu pontos sem deixar cicatrísticas.
                            

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Uma doce lembrança



Diga que sim! Diga que conhece Marvin Gaye e que já teve uma vontade louca de dançar, ouvindo esse americano que foi sucesso nos anos 60 e 70, mas que saiu de cena antes, bem antes da hora, porque foi assassinado pelo próprio pai em 1984.  A bela música What´s going on fez quarenta anos neste ano de 2011 e é uma quarentona bem atual! Quem quiser ouvir, há um DVD ‘Marvin Gaye Live in Montreux 1980’ com as melhores músicas, na melhor fase de Marvin.
Escolhi para esta quarta-feira, 16 de novembro de 2011, Sexual Healing. Tudo é flores quando ouvimos Sexual Healling, não é?

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Sem saída

                                   
E o palhaço quem é? É ladrão de mulher!!! E o palhaço quem é? Quem é? Quem é o palhaço? Ninguém responde. Silêncio. Ninguém mais acha graça nas falas do palhaço. Ninguém se comove, não há brilho nos olhos...
O palhaço não mudou nada, nada mesmo. Não desperta gargalhada, felicidade. A plateia muda, seu palhaço! E você fala sempre as mesmas coisas! Sempre o mesmo texto. Não aprendeu nada. Não quer mais aprender. Nega-se a mudar o texto porque só olha para o seu próprio nariz.
A vida tem simplicidade, seu palhaço! Mas o palhaço é soberbo. Não gosta da plateia pobre, simples. Agora a plateia já sabe. O palhaço não é bom, o palhaço não gosta do circo, gosta de viajar, gosta de conhecer novas cidades e não quer mudar o texto. Não pode ficar muito tempo no mesmo lugar, porque a plateia vai descobrir. Acha que basta falar qualquer coisa, acha que a plateia é burra. Agora a plateia já sabe. Você pode refazer a maquiagem, mas o texto envelheceu. Se liga! Tá na hora de sair de cena.

        

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Meu pensamento

                  
Às vezes nem sei o que acontece comigo, às vezes eu sou eu e às vezes não sou ninguém. Muitas vezes tento mudar, mas não consigo. Meu pensamento, às vezes, fala com o meu sentimento, às vezes... Nem sempre o meu pensamento fala mais alto. Tento mudar meu rumo, meu pensamento, meus costumes, meus sentimentos, mas nem sempre dá certo. Se o seu pensamento falar mais alto, pense bem antes de fazê-lo. Pense, pois o tempo é curto. As chances são poucas e seu pensamento é pequeno.
                                                         Lorrana Pires - 31/10/11 - T: 700

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Vergonha

“Um sujeito tem um simulacro existencial, isto é, faz projeções de si num imaginário de confiança e relaxamento; dentro de seu simulacro existencial, ele constrói para si uma imagem que considera representá-lo, uma imagem com a qual se identifica e se confunde. Desliza, portanto, do parecer para o ser, imagem e sujeito constituindo um mesmo e único valor... De posse de uma imagem de si, uma circunstância inesperada vem arrancar o sujeito de seu estado de confiança relaxada: percebe que o modo como se vê mostra-se em desajuste com o modo como se vê visto. Como imagem e sujeito se confundem, o sujeito reconhece não ser o que pensava ser e teme o juízo dos outros, uma vez que sua nova e indesejada representação é a imagem que os outros podem vir a ter de si. Está formada a base para a vergonha”
                               DE LA TAILLE, Yves.Vergonha:: a ferida moral. Petrópolis, Vozes. 2002

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Qual o sentido da vida?

Eu o reconheci assim que o vi. Lia o jornal e parecia inquieto com as notícias. Não demorou muito e ele me disse: ‘me diga: qual o sentido da vida? Qual o sentido da vida?’.
Esperávamos por um amigo em comum. Na verdade, mais que um amigo em comum, alguém muito especial...  Continuava a ler o jornal e a conversar. Saí de perto por alguns minutos e fiquei pensando o que responder para o Alceu, sempre Valença...Aqui eu respondo:
É o constante desejo de mudar...

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Poema

Eu não quero o teu corpo
Eu não quero a tua alma,
Eu deixarei intato o teu ser a tua pessoa inviolável
Eu quero apenas uma parte neste prazer
A parte que não te pertence.
                                                                            
                                                                                                     
                Joaquim Cardozo

terça-feira, 25 de outubro de 2011

III Seminário Nacional sobre Linguística e Ensino de Língua Portuguesa

"Pelos caminhos da leitura e da escrita: reflexões e possibilidades".

Universidade Federal do Rio Grande- UFRG (Brasil) 09/11/2011 - 11/11/2011


terça-feira, 18 de outubro de 2011

V Jornada de Estudos do Discurso

Interação em contextos urbanos contemporâneos: construindo sentidos no discurso.
20 e 21 de outubro de 2011 PUC -Rio

http://jedpucrio.blogspot.com/ 

Dia 20/10 (QUINTA-FEIRA)

9h30min - 10h30min: Palestra de abertura 

Luiz Paulo da Moita Lopes (UFRJ) - Conversa de homem?
 10h30min - 11h: Coffee-break
 11h - 12h30min: Sessões de comunicações individuais 12h30min - 14h: Almoço

 14h - 15h30min: Mesa coordenada - Discurso em contextos institucionais"

Branca Falabella Fabrício (UFRJ) - Ordem e controle em contextos institucionais contemporâneos
Paulo Cortes Gago (UFJF) - A prática de formulação e a perspectiva dos papéis na mediação familiar
Maria do Carmo Leite de Oliveira (PUC-Rio) - Desafios e possibilidades de uma Lingüística  Aplicada das Profissões
15h30min - 16h: Coffee-break
16hmin - 17h30min: Sessões de comunicações individuais
 Dia 21/10 (SEXTA-FEIRA)

9h - 10h30min: Sessões de comunicações individuais

10h30min - 11h: Coffee-break

11h - 12h: Mesa de encerramento - "Discurso e práticas profissionais híbridas em contextos urbanos da contemporaneidade"
Amitza Torres Vieira (UFJF) - Hibridismo discursivo no contexto jurídico: análise de audiências no Juizado Especial Criminal
Diana de Souza Pinto (UNIRIO) - Crime e loucura: narrativas em um hospital de custódia e tratamento no contexto da desinstitucionalização
Maria das Graças Dias Pereira (PUC-Rio) - Discursos híbridos em narrativas de agentes comunitárias de saúde no atendimento à tuberculose: entre a prática profissional e a cidadania.




sábado, 15 de outubro de 2011

Praça 25 de Mayo

Olho esta cena na praça histórica da cidade de Buenos Aires e lembro de um belo poema do M.Bandeira

Praça 25 de Mayo- out. 2011
                                   
O bicho
Vi ontem um bicho
Na imundície do pátio
Catando comida entre os detritos.

Quando achava alguma coisa,
Não examinava nem cheirava:
Engolia com voracidade.

O bicho não era um cão,
Não era um gato,
Não era um rato.

O bicho, meu Deus, era um homem.
                                                          
                                                         Manuel Bandeira 
                                                         
                                                              

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Livro: o melhor presente


arquivo pessoal Out. 2011

Vejo livrarias por toda parte de Buenos Aires. Vejo também, nos intervalo da programação de uma canal de TV, chamadas com os funcionários das livrarias explicando a história daquela livraria,  por que recomendam a livraria e indicando quais são os autores contemporâneos que se destacam no momento. Ideia simples e inteligente.

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Gracias




Choveu quase o dia todo aqui em Buenos Aires, mesmo assim pé na estrada. Livrarias, museu, café, igrejas.Algo me encanta aqui: a gentileza. Conhecer um pouco, bem pouco de Buenos Aires tem sido uma licao, pois por pura ignorância tinha uma imagem absolutamente diferente. Todos falam o simples "gracias" para tudo. Peco informacoes, fico horas lendo em um café e um simpático casal  me ajuda com a máquina fotográfica. Sem medo eu já arrisco um "gracias" com um belo sorriso.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Pé na estrada...

                            
Ponte da Mulher - Puerto Madero- out.2011
                      
Ainda em Buenos Aires. Mochila nas costas, água mineral, um pacote de biscoito de aveia e o mapa. Acordo cedo e decido aproveitar  o dia em um passeio de barco Circuito Tigre- Delta do Paraná, pois ontem aqui foi feriado. Passeio de barco, San Isidro...Estar sozinha em uma viagem tem uma grande vantagem: saio sozinha, mas a cada momento estou em um grupo. Ouco histórias diferentes, fotografo famílias, dou risadas e almoco em Puerto Madero com uma simpática familia piauiense..tres irmas, uma tia e eu (filha de piauiense).Cinco mulheres.Tomamos o rumo para um Casino. É preciso conhecer e conhecemos...sem sorte nas poucas apostas, mas nos divertimos. Outra vez mapa na mao, sigo em frente sozinha...proxima parada: Universidade Católica da Argentina.

domingo, 9 de outubro de 2011

Hermanos....

Casa Rosada  - Out. 2011
                                                   

 Buenos Aires. Cheguei ontem aqui nas terras argentinas e tento me sentir estrangeira. Viajo ao lado de um também professor universitário...falamos sobre Mestrado, Doutorado, Bach, Fela Kuti, Wittegeinstein...viagem agradável. Aliás, todos  sao agradáveis. Me ajudam com algumas instrucoes (embora os teclados nao tenham instrucao e por isso a falta de acentos!). Dou uma volta no Centro da cidade e só vejo brasileiros, pago as compras em real, sem problemas...mas puxa vida, e  meu espanhol? como vou treinar? um dos objetivos de estar aqui é soltar a língua! Achei que fosse, me sentir como o chinês,  personagem do filme Um Conto chinês. Mas nada disso acontece! eu entendo, eles me entendem e sem vergonha procuro falar algumas coisas em espanhol. Volto de um passeio e vejo um furto! alguns correndo atrás do ladrao, atravessam na frente dos carros, mas o ladrao some na Avenida...definitivamente: hermanos!

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Ponto e vírgula


                   

Como lia muito em inglês havia uma séria dúvida de que eu soubesse escrever em português. Comecei no jornalismo trabalhando como copydesk, uma função que já dever ter sido substituída por uma tecla de computador no Zero Hora, de Porto Alegre. Naquele tempo você podia começar como estagiário, sem diploma. Quanto tempo faz isso? Basta dizer que a Manchete do Zero Hora no dia seguinte ao da minha estréia, foi "Castelo hesita em cassar Lacerda". E a manchete saiu com um terrível erro de ortografia. "Exita" em vez de "hesita". Na minha casa duas certezas conflitantes-- a de que eu era analfabeto e a de que já começaria no jornalismo fazendo as manchetes da primeira página-- se chocaram, criando o pânico. Mas eu era inocente. E tenho conseguido me manter inocente de grandes pecados ortográficos e gramaticais desde então, pelo menos se você não for um fanático sintático. Vez que outra um leitor escandalizado me chama a atenção para alguma barbaridade que eu prefiro chamar de informalidade, para não chamar de distração ou ignorância mesmo. Afinal se a gente não pode tomar liberdades com a própria língua... E nenhum pronome fora do lugar justifica a perda de civilidade.
Mas tenho um temor e uma frustração. Jamais usei ponto-e-vírgula. Já usei "outrossim", acho que já usei até "deveras" e vivo cometendo advérbios, mas nunca me animei a usar ponto-e-vírgula. Tenho um respeito reverencial por quem sabe usar ponto - e - vírgula e uma admiração maior ainda por quem não sabe e usa assim mesmo, sabendo que poucos terão autoridade suficiente para desafiá-lo. Além de conhecimento e audácia, me falta convicção: ainda não escrevi um texto que merecesse ponto-e-vírgula. Um dia o escreverei e então tirarei o ponto-e-vírgula do estojo com o maior cuidado e com a devida solenidade o colocarei, assim; provavelmente no lugar errado, mas quem se importará?
                     Luis Fernando Veríssimo

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

  
                                      

O menino que vende velas ilumina as almas na praça, mas não acredita em nada. Desconfia que Deus criou o E, mas o danado do diabo, foi lá e criou o OU. As almas não se preocupam tanto, não. Com explicar que se as almas, de fato, fossem do bem, bastava rezar uma vez e pronto?  Ele pensava isso durante as vendas.  
Lia o livro sobre o Garrincha, encostado em sua barraca de velas.  Livro velho, com orelhas, sujo. Mas ele lia iluminado pelas velas do cruzeiro, em frente à igreja, sem preocupação alguma. Torcia para aquela gente toda comprar muitas velas e o desassossego continuasse, pois só assim teria mais luz  para ler, porque o bairro carecia de infraestrutura.
Uma moça bem vestida, muquirana, ia lá toda segunda-feira, à noitinha. Tinha jeito de muquirana e devia rezar para se casar logo e deixar a vida de mulher independente. Às vezes, ia a pé, mas começou a aparecer ali de carro. O carro parava perto. Não desligava o motor, e ela descia do carro pelo lado do carona. Era o único carro que tinha um adesivo gigante com o escudo do time de futebol do menino. Jamais tinha visto algo igual. O único momento em que fazia sentido acreditar em dias melhores.
Tentou conversar com a muquirana, mas só sabia que o dono do carro era médico e namorado dela.  Sujeito cético, pensou o menino. Na medicina vale a pesquisa, a ciência. Um dia os dois desceram do carro e foram até um restaurante da praça. Quando a moça saiu do carro deixou uma camisa cair no chão e não se deu conta do fato. O menino não perdeu tempo. Correu, pegou a camisa do time e a enfiou no saco de lixo. Quando estava desmontando a barraca e a praça dormia, o menino vestiu a camisa do time e ficou com o olhar longe. Novamente mexeu no saco de lixo e sem querer tocou em um papel que dizia: “Desculpa, mas reza também pela minha paz” . C. Varandas

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

X SEMINÁRIO DE METODOLOGIA DE ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA -

 

A PESQUISA E O ENSINO NO CAMPO DA LINGUAGEM NESTA PRIMEIRA DÉCADA DO MILÊNIO

16, 17 E 18 DE NOVEMBRO DE 2011
FACULDADE DE EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO – FE-USP

Este evento pretende retomar os últimos dez anos deste novo milênio com o objetivo de levantar elementos para uma síntese crítica do que se produziu na academia e do que se vem aplicando no cotidiano escolar. Em outras palavras, o SMELP procura situar a área de ensino de língua materna e de linguagens neste contexto discursivo e, ao mesmo tempo, cotejar as relações entre o campo da pesquisa e do ensino em suas mais amplas dimensões.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Não sabia que era preciso

           Ao contrário do que afirmam os ingénuos (todos o somos uma vez por outra), não basta dizer a verdade. De pouco ela servirá ao trato das pessoas se não for crível, e talvez até devesse ser essa a sua primeira qualidade. A verdade é apenas meio caminho, a outra metade chama-se credibilidade. Por isso há mentiras que passam por verdades, e verdades que são tidas por mentiras.
Esta introdução, pelo seu tom de sermão da quaresma, prometeria uma grave e aguda definição de verdades relativamente absolutas e de mentiras absolutamente relativas. Não é tal. É apenas um modo de me sangrar em saúde, de esquivar acusações, pois, desde já o anuncio, a verdade que trago hoje não é crível. Ora vejamos se isto é história para acreditar.
O caso passa-se num sanatório. Abro um parênteses: o escritor português que escolhesse para tema de um romance a vida de sanatório, talvez não viesse a escrever A Montanha Mágica ou O Pavilhão dos Cancerosos, mas deixaria um documento que nos afastaria da interminável ruminação de dois ou três assuntos erótico-sentimentalo-burgueses. Adiante, porém, que esta crónica não é lugar de torneios ou justas literárias. Aqui só se fala de simplezas quotidianas, pequenos acontecimentos, leves fantasias – e hoje, para variar, de verdades que parecem mentiras. (Verdade, por exemplo, é o doente que entrava para o chuveiro, punha a água a correr, e não se lavava. Durante meses e meses não se lavou. E outras verdades igualmente sujas, rasteiras, monótonas, degradantes.)
Mas vamos à história. Lá no sanatório, dizia-me aquele amigo, havia um doente, homem de uns cinquenta anos, que tinha grande dificuldade em andar. A doença pulmonar de que padecia nada tinha a ver com o sofrimento que lhe arrepanhava a cara toda, nem com os suspiros de dor, nem com os trejeitos do corpo. Um dia até apareceu com duas bengalas toscas, a que se amparava, como um inválido. Mas sempre em ais, em gemidos, a queixar-se dos pés, que aquilo era um martírio, que já não podia aguentar.
O meu amigo deu-lhe o óbvio conselho: mostrasse os pés ao médico, talvez fosse reumatismo. O outro abanava a cabeça, quase a chorar, cheio de dó de si mesmo, como se pedisse colo. Então o meu amigo, que lá tinha suas caladas amarguras e com elas vivia, impacientou-se e foi áspero. A atitude anunciou-lhe que ia mostrá-los ao médico. Mas que antes disso gostaria que o seu bom conselheiro os visse.
E mostrou. As unhas, amarelas, encurvavam-se para baixo, contornavam a cabeça dos dedos e prolongavam-se para dentro, como biqueiras ou dedais córneos. O espectáculo metia nojo, revolvia o estômago. E quando perguntaram a este homem adulto por que não cortava ele as unhas, que o mal era só esse, respondeu: “Não sabia que era preciso.”
As unhas foram cortadas. Cortadas a alicate. Entre elas e cascos de animais a diferença não era grande. No fim das contas (pois não é verdade?), é preciso muito trabalho para manter as diferenças todas, para alargá-las aos poucos, a ver se a gente atinge enfim a humanidade.
Mas de repente acontece uma coisa destas, e vemo-nos diante de um nosso semelhante que não sabe que é preciso defendermo-nos todos os dias da degradação. E neste momento não é em unhas que estou a pensar.
                                             José Saramago. In: A bagagem do viajante

domingo, 25 de setembro de 2011

IV Congresso Internacional sobre Metáfora na Linguagem e no Pensamento

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O encontro acontecerá no Campus Centro da Universidade Federal do
Rio Grande do Sul
, no período de 26 a 28 de outubro de 2011.
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O IV Congresso Internacional sobre Metáfora na Linguagem e no Pensamento é um evento importante para os pesquisadores sobre metáforas e para os pesquisadores em Linguística Cognitiva em geral, tanto em âmbito nacional quanto internacional. Nas suas últimas edições, o congresso tem contado com a participação de mais de 250 pesquisadores de todo o mundo e se volta para diversos aspectos pertinentes à Linguística Cognitiva, principalmente ao tema atual Metáfora: Cultura e Natureza.

O IV CMLP tem como objetivo reunir pesquisadores de todo o mundo interessados na investigação do papel da metáfora na linguagem e no pensamento. Serão analisados resumos de trabalhos sobre todos os tópicos relacionados ao tema do congresso, dentre eles metáfora e ensino; metáfora e cultura; metáfora nas diferentes perspectivas teórico-metodológicas; identificação e processamento de metáforas; metáfora e neurociências; e metáfora e discurso. Mais informações estão disponíveis nesta página do evento.

O IV Congresso Internacional sobre Metáfora na Linguagem e no Pensamento é uma realização do grupo de pesquisa SEMÁFORO – Fórum de Discussão em Semântica Cognitiva - com o apoio do Programa de Pós-graduação em Letras da Universidade Federal do Rio Grande do Sul

domingo, 18 de setembro de 2011

Ao viajante





Com franqueza resolvo te escrever, mesmo depois de tanto tempo. Senti cheiro de raposa no ar da praia. Eu sempre andei pela areia, perto da água, molhando os pés e correndo da água fria. Sempre querendo e não querendo. Sempre com medo da água-viva.
Em minhas andanças, eu quase sempre lembro no quanto a paz no meu sorriso te agradava, no quanto ríamos juntos quando contávamos estrelas. Mas você passou rapidamente, podia ter ficado bem mais, se não fosse essa sua teima em fugir de si mesmo. Acreditou que era capaz, mas não suportou o tempo passar e ficar com o melhor. Apenas com o melhor.
Queria ter ido com você até o Theatro Municipal, achar as outras fotos, preparar um almoço no domingo. Ah! Se ficasse mais um pouco...eu gostava dos teus escritos, mesmo não entendo muito bem aquilo tudo. Poderia ter escrito mais, não tomaria tanto tempo assim. Nas tuas cartas, chamava-me sempre no diminutivo, mas sou forte. Sempre, sempre. Paciente e forte. Os inquietos, como você, sempre estão indo, sem rumo, procurando algum poste para se encostar e descansar as muletas.
Você cambaleou, caiu. Eu fiquei e sigo em paz.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

IV Encontro de Estudos da Linguagem



ENELIN2011
IV Encontro de Estudos da Linguagem
III Encontro Internacional de Estudos da Linguagem
15 a 17 de setembro de 2011
Pouso Alegre - MG




quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Avançar!

Estátua Data: 2005. Artista: Ique Material: Bronze -Ipanema / RJ
Foto: arquivo pessoal /set- 2011

O corneteiro de Pirajá é um personagem que merece ser lembrado todos os dias. Quando a vida pede para recuar em silêncio, lembro-me da história do Corneteiro.

Na batalha de Pirajá, em 1822, na Bahia, o comandante da batalha, prevendo a derrota, deu ordem ao Corneteiro Luiz Lopes para a retirada das tropas que enfrentavam os portugueses.  Por engano ou não, o Corneteiro deu o toque de “avançar degolando” e foi assim que os brasileiros, embora em menor número, venceram a batalha. O comandante da batalha recebeu o título de Visconde de Pirajá. Em Ipanema, na Rua Visconde de Pirajá, o artista Ique fez esta bela estátua de bronze como homenagem.
Nas diárias batalhas brasileiras, por convicção ou por descuido, é bom avançarmos para garantirmos algumas vitórias.

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

CONFLITO

                            "Ai, que conflito
                  Roubaram o cabrito

                  do seu Benedito" 
                                                                                                                          
                                                                                                                          Zeca Pagodinho

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Uma quinta-feira com Quintana


Poeminha Sentimental

O meu amor, o meu amor, Maria
É como um fio telegráfico da estrada
Aonde vêm pousar as andorinhas...
De vez em quando chega uma
E canta
(Não sei se as andorinhas cantam, mas vá lá!)
Canta e vai-se embora
Outra, nem isso,
Mal chega, vai-se embora.
A última que passou
Limitou-se a fazer cocô
No meu pobre fio de vida!
No entanto, Maria, o meu amor é sempre o mesmo:
As andorinhas é que mudam
.

Mário Quintana

sábado, 27 de agosto de 2011

VIII Congresso da Pós-graduação em Língua Portuguesa - UERJ- São Gonçalo

O VIII Congresso da Pós-graduação em Língua Portuguesa, como o nome indica, é um evento de caráter permanente, com o objetivo de congregar a comunidade científica interesada no estudo e pesquisa da língua portuguesa através de conferências, recitais e palestras de nomes ilustres da área, como os professores Amós Coelho, Ricardo Cavaliere, Luíza Lobo, Marcelo Moraes Caetano e Manoel Pinto Ribeiro e os escritores Antônio Torres e Sônia Rosa, presentes na última edição do Congresso, bem como de professores e alunos da Pós-graduação em Língua Portuguesa da FFP-UERJ, dessa forma valorizando os egrégios colegas e incentivando e aprofundando o conhecimento dos estudantes de graduação e Pós-graduação da FFP-UERJ em todos osâmbitos dos estudos da língua portuguesa.

PERÍODO DE REALIZAÇÃO:      26/09/2011 A 29/09/2011

CARGA HORÁRIA30 h/a

PRÉ REQUISITO/PÚBLICO ALVO:Professores, alunos e estudiosos da Língua Portuguesa, Letras e disciplinas afins.

DIAS DA SEMANA: 2ª a 5ª feira.

LOCAL DO EVENTO:
Logradouro:RUA DR FRANCISCO PORTELA, 1470.
Bloco/Andar/sala: 1º ANDAR/AUDITÓRIO.
DATA DE INSCRIÇÃO: 22/07/2011 A 21/09/2011
COORDENADORES: Afrânio da Silva Garcia.
VALOR DA INSCRIÇÃO
Matrículas
Até 21/09
Inscrição UERJ
R$ 15,00
Inscrição Externa
R$ 40,00

CONTATO: CENTRO DE PRODUÇÃO DA UERJ
Rua São Francisco Xavier, 524
Maracanã, Rio de Janeiro, RJ
1º andar, Bloco A, Sala 1006
CEP: 20559-900
Horário de atendimento na Recepção: de 2ª a 6ª feira, das 9h às 18h
Teleatendimento: (21) 2334.0639 de 2ª a 6ª feira, das 8h às 19h
E-mail: cepuerj@uerj.br


terça-feira, 23 de agosto de 2011

Gentileza em Quadrinhos



A ideia foi do meu grande amigo Plínio. Todo início de semestre ele prepara uma apostila para os alunos da Universidade, faz as cópias e em troca pede aos alunos alguma doação. Ou seja, a discussão sobre cidadania e solidariedade acontece na prática. Resolvi copiar a ideia e peço aos alunos algumas revistinhas, HQ.
Na última semana do mês de julho fui pessoalmente ao Hospital Pedro Ernesto fazer as doações, de quase cem revistinhas arrecadadas. Por que escolhi o Pedro Ernesto? Primeiro porque sei da seriedade do trabalho do Hospital. Em segundo, porque comecei minha trajetória profissional na UERJ, participando de um belo projeto chamado PROLER (atualmente LER UERJ). Lembro com carinho do trabalho dos contadores de histórias lá no hospital. Sei da importância da leitura, do quanto uma bela história pode significar um dia melhor.
No dia em que estive lá no Hospital, logo depois de entregar a minha doação, recebi um convite de trabalho muito especial. Hoje, cumpri minha tarefa profissional e, sem dúvida, o carinho que recebi, a alegria que me deu, talvez tenha sido igual à daquelas crianças lendo as revistinhas!
Gentileza, como dizia o Profeta, sempre vai gerar gentileza. Hoje, eu relamente, tive um dia melhor.