domingo, 18 de setembro de 2011

Ao viajante





Com franqueza resolvo te escrever, mesmo depois de tanto tempo. Senti cheiro de raposa no ar da praia. Eu sempre andei pela areia, perto da água, molhando os pés e correndo da água fria. Sempre querendo e não querendo. Sempre com medo da água-viva.
Em minhas andanças, eu quase sempre lembro no quanto a paz no meu sorriso te agradava, no quanto ríamos juntos quando contávamos estrelas. Mas você passou rapidamente, podia ter ficado bem mais, se não fosse essa sua teima em fugir de si mesmo. Acreditou que era capaz, mas não suportou o tempo passar e ficar com o melhor. Apenas com o melhor.
Queria ter ido com você até o Theatro Municipal, achar as outras fotos, preparar um almoço no domingo. Ah! Se ficasse mais um pouco...eu gostava dos teus escritos, mesmo não entendo muito bem aquilo tudo. Poderia ter escrito mais, não tomaria tanto tempo assim. Nas tuas cartas, chamava-me sempre no diminutivo, mas sou forte. Sempre, sempre. Paciente e forte. Os inquietos, como você, sempre estão indo, sem rumo, procurando algum poste para se encostar e descansar as muletas.
Você cambaleou, caiu. Eu fiquei e sigo em paz.

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