segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Qual o sentido da vida?

Eu o reconheci assim que o vi. Lia o jornal e parecia inquieto com as notícias. Não demorou muito e ele me disse: ‘me diga: qual o sentido da vida? Qual o sentido da vida?’.
Esperávamos por um amigo em comum. Na verdade, mais que um amigo em comum, alguém muito especial...  Continuava a ler o jornal e a conversar. Saí de perto por alguns minutos e fiquei pensando o que responder para o Alceu, sempre Valença...Aqui eu respondo:
É o constante desejo de mudar...

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Poema

Eu não quero o teu corpo
Eu não quero a tua alma,
Eu deixarei intato o teu ser a tua pessoa inviolável
Eu quero apenas uma parte neste prazer
A parte que não te pertence.
                                                                            
                                                                                                     
                Joaquim Cardozo

terça-feira, 25 de outubro de 2011

III Seminário Nacional sobre Linguística e Ensino de Língua Portuguesa

"Pelos caminhos da leitura e da escrita: reflexões e possibilidades".

Universidade Federal do Rio Grande- UFRG (Brasil) 09/11/2011 - 11/11/2011


terça-feira, 18 de outubro de 2011

V Jornada de Estudos do Discurso

Interação em contextos urbanos contemporâneos: construindo sentidos no discurso.
20 e 21 de outubro de 2011 PUC -Rio

http://jedpucrio.blogspot.com/ 

Dia 20/10 (QUINTA-FEIRA)

9h30min - 10h30min: Palestra de abertura 

Luiz Paulo da Moita Lopes (UFRJ) - Conversa de homem?
 10h30min - 11h: Coffee-break
 11h - 12h30min: Sessões de comunicações individuais 12h30min - 14h: Almoço

 14h - 15h30min: Mesa coordenada - Discurso em contextos institucionais"

Branca Falabella Fabrício (UFRJ) - Ordem e controle em contextos institucionais contemporâneos
Paulo Cortes Gago (UFJF) - A prática de formulação e a perspectiva dos papéis na mediação familiar
Maria do Carmo Leite de Oliveira (PUC-Rio) - Desafios e possibilidades de uma Lingüística  Aplicada das Profissões
15h30min - 16h: Coffee-break
16hmin - 17h30min: Sessões de comunicações individuais
 Dia 21/10 (SEXTA-FEIRA)

9h - 10h30min: Sessões de comunicações individuais

10h30min - 11h: Coffee-break

11h - 12h: Mesa de encerramento - "Discurso e práticas profissionais híbridas em contextos urbanos da contemporaneidade"
Amitza Torres Vieira (UFJF) - Hibridismo discursivo no contexto jurídico: análise de audiências no Juizado Especial Criminal
Diana de Souza Pinto (UNIRIO) - Crime e loucura: narrativas em um hospital de custódia e tratamento no contexto da desinstitucionalização
Maria das Graças Dias Pereira (PUC-Rio) - Discursos híbridos em narrativas de agentes comunitárias de saúde no atendimento à tuberculose: entre a prática profissional e a cidadania.




sábado, 15 de outubro de 2011

Praça 25 de Mayo

Olho esta cena na praça histórica da cidade de Buenos Aires e lembro de um belo poema do M.Bandeira

Praça 25 de Mayo- out. 2011
                                   
O bicho
Vi ontem um bicho
Na imundície do pátio
Catando comida entre os detritos.

Quando achava alguma coisa,
Não examinava nem cheirava:
Engolia com voracidade.

O bicho não era um cão,
Não era um gato,
Não era um rato.

O bicho, meu Deus, era um homem.
                                                          
                                                         Manuel Bandeira 
                                                         
                                                              

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Livro: o melhor presente


arquivo pessoal Out. 2011

Vejo livrarias por toda parte de Buenos Aires. Vejo também, nos intervalo da programação de uma canal de TV, chamadas com os funcionários das livrarias explicando a história daquela livraria,  por que recomendam a livraria e indicando quais são os autores contemporâneos que se destacam no momento. Ideia simples e inteligente.

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Gracias




Choveu quase o dia todo aqui em Buenos Aires, mesmo assim pé na estrada. Livrarias, museu, café, igrejas.Algo me encanta aqui: a gentileza. Conhecer um pouco, bem pouco de Buenos Aires tem sido uma licao, pois por pura ignorância tinha uma imagem absolutamente diferente. Todos falam o simples "gracias" para tudo. Peco informacoes, fico horas lendo em um café e um simpático casal  me ajuda com a máquina fotográfica. Sem medo eu já arrisco um "gracias" com um belo sorriso.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Pé na estrada...

                            
Ponte da Mulher - Puerto Madero- out.2011
                      
Ainda em Buenos Aires. Mochila nas costas, água mineral, um pacote de biscoito de aveia e o mapa. Acordo cedo e decido aproveitar  o dia em um passeio de barco Circuito Tigre- Delta do Paraná, pois ontem aqui foi feriado. Passeio de barco, San Isidro...Estar sozinha em uma viagem tem uma grande vantagem: saio sozinha, mas a cada momento estou em um grupo. Ouco histórias diferentes, fotografo famílias, dou risadas e almoco em Puerto Madero com uma simpática familia piauiense..tres irmas, uma tia e eu (filha de piauiense).Cinco mulheres.Tomamos o rumo para um Casino. É preciso conhecer e conhecemos...sem sorte nas poucas apostas, mas nos divertimos. Outra vez mapa na mao, sigo em frente sozinha...proxima parada: Universidade Católica da Argentina.

domingo, 9 de outubro de 2011

Hermanos....

Casa Rosada  - Out. 2011
                                                   

 Buenos Aires. Cheguei ontem aqui nas terras argentinas e tento me sentir estrangeira. Viajo ao lado de um também professor universitário...falamos sobre Mestrado, Doutorado, Bach, Fela Kuti, Wittegeinstein...viagem agradável. Aliás, todos  sao agradáveis. Me ajudam com algumas instrucoes (embora os teclados nao tenham instrucao e por isso a falta de acentos!). Dou uma volta no Centro da cidade e só vejo brasileiros, pago as compras em real, sem problemas...mas puxa vida, e  meu espanhol? como vou treinar? um dos objetivos de estar aqui é soltar a língua! Achei que fosse, me sentir como o chinês,  personagem do filme Um Conto chinês. Mas nada disso acontece! eu entendo, eles me entendem e sem vergonha procuro falar algumas coisas em espanhol. Volto de um passeio e vejo um furto! alguns correndo atrás do ladrao, atravessam na frente dos carros, mas o ladrao some na Avenida...definitivamente: hermanos!

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Ponto e vírgula


                   

Como lia muito em inglês havia uma séria dúvida de que eu soubesse escrever em português. Comecei no jornalismo trabalhando como copydesk, uma função que já dever ter sido substituída por uma tecla de computador no Zero Hora, de Porto Alegre. Naquele tempo você podia começar como estagiário, sem diploma. Quanto tempo faz isso? Basta dizer que a Manchete do Zero Hora no dia seguinte ao da minha estréia, foi "Castelo hesita em cassar Lacerda". E a manchete saiu com um terrível erro de ortografia. "Exita" em vez de "hesita". Na minha casa duas certezas conflitantes-- a de que eu era analfabeto e a de que já começaria no jornalismo fazendo as manchetes da primeira página-- se chocaram, criando o pânico. Mas eu era inocente. E tenho conseguido me manter inocente de grandes pecados ortográficos e gramaticais desde então, pelo menos se você não for um fanático sintático. Vez que outra um leitor escandalizado me chama a atenção para alguma barbaridade que eu prefiro chamar de informalidade, para não chamar de distração ou ignorância mesmo. Afinal se a gente não pode tomar liberdades com a própria língua... E nenhum pronome fora do lugar justifica a perda de civilidade.
Mas tenho um temor e uma frustração. Jamais usei ponto-e-vírgula. Já usei "outrossim", acho que já usei até "deveras" e vivo cometendo advérbios, mas nunca me animei a usar ponto-e-vírgula. Tenho um respeito reverencial por quem sabe usar ponto - e - vírgula e uma admiração maior ainda por quem não sabe e usa assim mesmo, sabendo que poucos terão autoridade suficiente para desafiá-lo. Além de conhecimento e audácia, me falta convicção: ainda não escrevi um texto que merecesse ponto-e-vírgula. Um dia o escreverei e então tirarei o ponto-e-vírgula do estojo com o maior cuidado e com a devida solenidade o colocarei, assim; provavelmente no lugar errado, mas quem se importará?
                     Luis Fernando Veríssimo

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

  
                                      

O menino que vende velas ilumina as almas na praça, mas não acredita em nada. Desconfia que Deus criou o E, mas o danado do diabo, foi lá e criou o OU. As almas não se preocupam tanto, não. Com explicar que se as almas, de fato, fossem do bem, bastava rezar uma vez e pronto?  Ele pensava isso durante as vendas.  
Lia o livro sobre o Garrincha, encostado em sua barraca de velas.  Livro velho, com orelhas, sujo. Mas ele lia iluminado pelas velas do cruzeiro, em frente à igreja, sem preocupação alguma. Torcia para aquela gente toda comprar muitas velas e o desassossego continuasse, pois só assim teria mais luz  para ler, porque o bairro carecia de infraestrutura.
Uma moça bem vestida, muquirana, ia lá toda segunda-feira, à noitinha. Tinha jeito de muquirana e devia rezar para se casar logo e deixar a vida de mulher independente. Às vezes, ia a pé, mas começou a aparecer ali de carro. O carro parava perto. Não desligava o motor, e ela descia do carro pelo lado do carona. Era o único carro que tinha um adesivo gigante com o escudo do time de futebol do menino. Jamais tinha visto algo igual. O único momento em que fazia sentido acreditar em dias melhores.
Tentou conversar com a muquirana, mas só sabia que o dono do carro era médico e namorado dela.  Sujeito cético, pensou o menino. Na medicina vale a pesquisa, a ciência. Um dia os dois desceram do carro e foram até um restaurante da praça. Quando a moça saiu do carro deixou uma camisa cair no chão e não se deu conta do fato. O menino não perdeu tempo. Correu, pegou a camisa do time e a enfiou no saco de lixo. Quando estava desmontando a barraca e a praça dormia, o menino vestiu a camisa do time e ficou com o olhar longe. Novamente mexeu no saco de lixo e sem querer tocou em um papel que dizia: “Desculpa, mas reza também pela minha paz” . C. Varandas