domingo, 16 de novembro de 2014

Aviso de um verão avassalador

Uruguai- arquivo pessoal/2014
Não convide ninguém pra varanda de sua alma
se você não for capaz de lhe fazer companhia
                                                          (Say Adinkra) 

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Corrida Maluca

Corrida Maluca
E segue a nossa corrida maluca com a Penélope Nada Charmosa contra Dick Vigarista...
No primeiro turno estava vivendo um breve exílio no Uruguai e não votei. Tenho assistidos aos debates muito mais pelos ossos do ofício das aulas de argumentação do que pelo exercício de um voto consciente. É tudo muito ruim.
Enquanto domingo não chega, voto no Muttley! O cachorro com a gargalhada mais debochada--exatamente a mesma que todos do poder sempre dão.


domingo, 17 de agosto de 2014

Um escrito sobre Mayombe


Tenho  notícias de um amigo que está largado pelas bandas africanas e fico saudosa da literatura angolana. Reviro minha estante e acho dentro do livro Mayombe, autografado pelo Pepetela,  uma resenhazinha escrita em 97. Eu gostava de ler e escrever nas últimas folhas alguma coisa parecida com uma resenha. Eis que temos nos meus escritos:
   O romance Mayombe trata do cotidiano de uma base guerrilheira durante as lutas de libertação de Angola. Mayombe reconta a história de Angola a partir da visão libertadora do MPLA, levando em conta o papel do intelectual como expressão e transformador da própria cultura.
   Cada personagem tem origem étnica diferente, mas o projeto de vencer o colonialismo torna-se comum. Trata-se de um romance polifônico em que as referências do passado e as projeções do futuro remetem à construção da História. Dessa forma, percebe-se a História não como pano de fundo do romance, mas como elemento que o compõe. Cada personagem é sujeito desse processo histórico, salvaguardando as individualidades, o projeto une mas não iguala as personagens. Assim, as diferenças étnicas são respeitadas.
   A obra de Pepetela aprofunda a técnica do multifoco narrativo, rompendo com a imobilidade de um único ponto de vista. Uma indicação de que a verdade não pode ser vista como absoluta. A verdade surge da integração desses pontos que encontram ou se afastam ao mesmo tempo.
   O romance aponta para o fato de que Literatura e História se aproximam constituindo uma unidade importante para a compreensão de uma identidade que se constrói durante a luta pela independência angolana.
       Agora é hora de reler Mayombe!


sábado, 9 de agosto de 2014

Viva tu, Viva a Ilha do Tatu

Ilha do Tatu- Sepetiba
Saudade da minha casa de Sepetiba. Da alegria de reunir os amigos, da proteção dos pais. Saudade do meu quarto, lá eu lia muito mais. Via a piscina, o cachorro, o verde...passava horas imaginando o meu futuro...fazer a faculdade, como diziam. Sonhava trabalhar, pagar as contas e conquistar a tal independência financeira. Olho para os lados e vejo que o preço não foi o combinado. As prestações subiram bem mais do que eu esperava. Os juros me roubam o tempo livre, procuro aqui uma foto da casa, mas me perco nas lembranças. Não existe atestado médico para o dia das lembranças.

sábado, 26 de julho de 2014

Um sorriso de festa


Rodrigo Souza e a alegria de sempre
E a vida nos dá e nos tira como um vento. Quando fui convidada para dar aula no curso de comunicação social em 2011, comemorei. Vi a possibilidade de dividir com a garotada todas as informações de bastidores que eu tinha sobre a escrita em jornal e TV. Vi também um garoto jovem, na primeira carteira anotando tudo o que eu falava. Com o tempo ficamos mais próximos. Ele esperara a aula acabar e me ajudava com o equipamento, comprava  minha água, carregava meu material, mas não me poupava de pedir para que o ensinasse algo mais. Um dia fomos almoçar juntos e eu passei mal. Ele não se desesperou, pediu uma água, me acalmou e fez gracinhas para eu reagir. Eu estava saindo de uma estafa, o organismo pedia um tempo. “Se a gente não para, o corpo para a gente”, me dizia ele.
Quando o Rodrigo foi chamado para trabalhar na TV, comemorei. Sai correndo de Copacabana e fui encontrá-lo em um shopping em Botafogo. Era véspera da entrevista dele para a TV e eu querendo ensinar tudo sobre voz, postura. Ele entrou para a NGT e não demorou muito ganhou um programa semanal de uma hora. Comemoramos!
Virávamos noites escrevendo pauta, selecionando temas, curiosos. Comoramos tudo e sempre. Nos falávamos todos os dias para que eu desse conta de aprender sobre o face, whatsapp, e toda essa parafernalha tecnológica. Ano passado, ele foi comigo a uma loja escolher meu celular. Dizia que o meu era cafona demais para uma professora da comunicação. Assim, passamos a comemorar diariamente a vida e a rir dela.
Quando ele foi para o hospital ontem, fiquei ressabiada. Sabia que era grave, mas ele me deu a pista falsa. Acreditei, desde o início do ano que ele era hemofílico. Mas não, ele me poupou do diagnóstico de uma leucemia, porque sabia de uma grande perda na minha vida para o câncer. Foi um menino gentil e alegre do primeiro ao último dia de vida. Comemoro a nossa amizade e os dias que passamos juntos, as conquistas e trapalhadas nossas pelos corredores da universidade. Fica bem, meu negão e eu cuido de seguir aqui na festa da vida.


segunda-feira, 21 de julho de 2014

Uma vila, uma varanda e um violão


A vila é a Vila da Penha, em todo caso é uma vila, uma varanda, um violão... para saber mais do Luiz Carlos da Vila e o motivo do post de hoje, clink no link http://youpode.com.br/blog/blogdomoa/2011/07/16/amanhecer/


sexta-feira, 6 de junho de 2014

É o meu Direito

Direito-2014
Escolhi ser uma escafandrista das palavras desde cedo. Gosto das análises possíveis. Só que algumas vezes bate uma vontade de apenas nadar, porque os mergulhos não são suficientes. Nadar e boiar tranquilamente, com a sensação de leveza solta. Ter emoção.
                Não tenho o talento da escrita, fico nos bastidores cotidianamente. Mas entrei no táxi emocionada, com vontade de agradecer publicamente o carinho que tenho recebido dos alunos do Curso de Direito/UVA. Voltei para casa em silêncio, pensando nos privilégios que a vida tem me uma dado. Uma saúde muito melhor aos 40 do que aos 30, uma ansiedade menor e nenhuma vontade de ser mais do que tenho sido.
Não é nada simples delegar a uma pessoa a tarefa de ensinar, principalmente quando sabemos que as informações estão aqui na rede. Todas. O talento de ensinar agora é de outra ordem. Não ensino regras. Apresento algumas e eles me apresentam a dureza que é trabalhar e estudar durante um curso de graduação. Ensino a ler as questões que já caíram em concurso e eles me ensinam a rir de mim mesma, quando me enrolo com as questões. Entrego lista com exercícios e eles me dão balas. Mudo a aula. Apresentam um powerpoint e eles lembram histórias engraçadas de vida. As histórias ganham força na discussão do grupo do face, ganhamos também confiança. E a aula segue do jeito que tem que seguir. Uns 12 encontros semanais e já sei quem está com dor de cabeça, vesícula, quem separou, quem é pai, mãe...eles já sabem dos encontros e desencontros da minha vida. É assim na quinta-feira com os que estão entrando no Curso, uma euforia só. É assim na sexta de manhã com cara de sono. É assim na sexta à noite com um escorando o outro, na certeza de que não iremos cair.
Volto pra casa com as minhas flores e meu cartão. A casa está vazia. Os papeis espalhados e fico a pensar nisso tudo. Somos todos privilegiados com esses encontros. Que outra profissão me daria tudo isso?
Agradeço a todos por cada encontro e abro um vinho para degustar as emoções. Eis aqui uma pessoa se entregando.
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terça-feira, 15 de abril de 2014

Os desafios das TICs na educação - Maceió



Cá estou pelas bandas de Maceió para participar do I Congresso Internacional de Professores de línguas. A discussão de abertura ─ As políticas públicas de inclusão das TICs ─ abordou inicialmente as políticas propostas pelo MEC desde 1980,  incluindo a participação das Universidades no processo de inclusão das TICs, bem como a participação de das Secretarias Estaduais e Municipais da Educação. É evidente que há muitas dificuldades nesse processo, como a manutenção dos equipamentos, a falta de profissionais para apoio, tempo de formação de professores para integrar as aulas para o ensino a distância e o eterno descompasso entre as políticas.
Não é muito diferente o cenário dessas políticas públicas fora do Brasil. Segundo um palestrante espanhol, é possível explicar tudo isso a partir das próprias palavras: política e pública. Na briga, vence a política! E com isso estamos sempre nos desafios.

Para quem está na casa dos 40 como eu, as TICs são vistas como ferramentas, mas para uma geração mais jovem, as TICs são reais, é uma extensão do corpo. As novas gerações estão conectadas o tempo todo, por isso não podemos negar que as redes sociais, por exemplo, podem servir de espaços de aprendizagem. Não podemos negar que o professor precisa se atualizar constantemente, entendendo que conhecimento não é armazenamento de dados. A tecnologia está aí, mudamos. E não vale ficar mudo diante disso. Tanto não vale, que resolvi voltar a pendurar as ideias no varal. Fiquei calada tempo demais.