quarta-feira, 27 de junho de 2012

Esqueceram do Burle Marx na Rio +20???

Burle Marx


Lamentável que a imprensa tenha feito uma cobertura da Rio +20 no estilo ‘cobertura do carnaval carioca’, ou seja, o Riocentro parecia o Sambódromo.  Frases feitas -  ‘o documento é fraco’, ‘os países estão reunidos, mas ainda é pouco’ , ‘O Rio de Janeiro vive um momento histórico’ – enquanto esperávamos as notas dos jurados.  Do outro lado, na Cúpula dos Povos, tínhamos uma cobertura estilo ‘blocos de rua’. E nessa história toda, esqueceram de contar a História. A Rio +20 acabou e eu não vi, não li, não ouvi nada, nadinha sobre Roberto Burle Marx. Pode ser que eu tenha cochilado, mas parece que os organizadores e jornalistas não fizeram o trabalho de casa. Simplesmente esqueceram de falar um nome importantíssimo: Roberto Burle Marx – um dos maiores paisagistas do mundo!

Burle Marx foi, entre outras coisas,  o criador do projeto paisagístico do Aterro do Flamengo, exatamente onde estava a Cúpula dos Povos! Um nome respeitadíssimo internacionalmente.

Tive a oportunidade de ver Burle Marx sorridente, jogando conversa fora entre os moradores da Barra de Guaratiba, onde criou um sítio que hoje pertence ao IPHAN. Parecia gente boa, simples como a natureza. Não precisa falar, bastava ver o que ele fez. Quem quiser saber um pouco, assista ao programa De Lá Prá Cá exibido na TV Brasil em 2009.

                      

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Rio+20 -- André Trigueiro

A Rio +20 está acabando e fica a certeza de que qualquer discussão vale muito, porque até então nem discutíamos o assunto. Aqui posto uma entrevista com o jornalista André Trigueiro ao Programa Observatório da Imprensa, exibido pela TV Brasil. Interessante as observações do André Trigueiro, posto que ele relaciona a questão ambiental a questões como educação, pesquisa e cultura, até porque ele é um pesquisador, não apenas um palpiteiro do assunto. A mídia “tradicional” fez pouco, o que já era esperado. Mas para quem esteve no Aterro do Flamengo, in loco, viu muito. Viu que a sociedade tem feito o seu papel da maneira que pode e quando pode, e isso já é sinal de mudança.
                      

quinta-feira, 14 de junho de 2012

III JORNADA A ANÁLISE DO DISCURSO E SUAS INTERFACES

                                     UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
      FACULDADE DE FILOSOFIA, CIÊNCIAS E LETRAS DE RIBEIRÃO PRETO
       
14 DE AGOSTO




segunda-feira, 11 de junho de 2012

Envelhecer



O velho guitarrista- Pablo Picasso
                            
Conheço algumas pessoas que estão envelhecendo mal. Desconfortavelmente. Com uma infelicidade crua na alma. Estão ficando velhas, mas não estão ficando sábias. Um rancor cobre-Ihes a pele, a escrita e o gesto. São críticos azedos do mundo. Em vez de críticos, aliás, estão ficando cítricos, sem nenhuma doçura nas palavras. Estão amargos. Com fel nos olhos.
E alguns desses, no entanto, teriam tudo para ser o contrário: aparentemente tiveram sucesso em suas atividades. Maior até do que mereciam. Portanto, a gente pensa: o que querem? Por que essa bílis ao telefone e nos bares? Por que esse resmungo pelos cantos e esse sarcasmo público que se pensa humor?
Envelhecer deveria ser como planar. Como quem não sofre mais (tanto) com os inevitáveis atritos. Assim como a nave que sai do desgaste da atmosfera e vai entrando noutro astral, e vai silente, e vai gastando nenhum-quase combustível, flutuando como uma caravela no mar ou uma cápsula no cosmos.
Os elefantes, por exemplo, envelhecem bem. E olha que é uma tarefa enorme. Não se queixam do peso dos anos, nem da ruga do tempo e, quando percebem a hora da morte, caminham pausadamente para um certo e mesmo lugar - o cemitério dos elefantes, e aí morrem, completamente, com a grandeza existencial só aos grandes permitida.
Os vinhos envelhecem melhor ainda. Ficam ali nos limites de sua garrafa, na espessura de seu sabor, na adega do prazer. E vão envelhecendo e ganhando vida, envelhecendo e sendo amados e, porque velhos, desejados. Os vinhos envelhecem densamente. E dão prazer.
O problema da velhice também se dá com certos instrumentos. Não me refiro aos que enferrujam pelos cantos, mas a um envelhecimento atuante como o da faca. Nela o corte diário dos dias a vai consumindo. E, no entanto, ela continua afiadíssima, encaixando-se nas mãos da cozinheira como nenhuma faca nova.
Vai ver, a natureza deveria ter feito os homens envelhecerem de modo diferente. Como as facas, digamos, por desgaste, sim, mas nunca desgastante. Seria a suave solução: a gente devia ir se gastando, se gastando, se gastando até desaparecer sem dor, como quem, caminhando contra o vento, de repente, se evaporasse. E iam perguntar: cadê fulano? E alguém diria – gastou-se, foi vivendo, vivendo e acabou. Acabou, é claro, sem nenhum gemido ou resmungo.
A literatura tem lá seus personagens-símbolos a esse respeito: o Fausto e o Dorian Gray. Apavorados com a velhice e a morte, venderam a alma ao diabo e pediram a juventude de volta. Não deu certo. O diabo não joga para perder. Dizem que a única vez que foi realmente derrotado foi naquela disputa com o próprio Deus a respeito de Jó. Mesmo assim, deu um trabalho danado.
Especialistas vão dizer que envelhece mal o indivíduo que não realizou suas pulsões eróticas essenciais: aquele que deixou coagulada ou oculta uma grande parte de seus desejos. Isso é verdade.
Parcial, porém. Pois não se sabe por que estranhos caminhos de sublimação há pessoas que, embora roxas de levar tanta pancada na vida, têm, contudo, um arco-íris na alma.
Bilac dizia que a gente deveria aprender a envelhecer com as velhas árvores. Walt Whitman tem um poema onde vai dizendo: "Penso que podia ir viver com os animais que são tão plácidos e bastam-se a si mesmos."
Ainda agora tirei os olhos do papel e olhei a natureza em torno. Nunca vi o Sol se queixar no entardecer. Nem a Lua chorar quando amanhece.
Adaptado de SANT’ANNA, Affonso Romano de. Melhores crônicas. São Paulo. Global, 2003, pp. 52-54

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Não negue, ouça!

Desde que descobri um edema nas cordas vocais, em março deste ano, tenho feito aulas de terapia vocal semanalmente com acompanhamento de uma fonoaudióloga. É um  intenso trabalho de percepção de voz, que  não só me dá um bem-estar físico, como também me faz ser uma ouvinte melhor. Aqui, penduro no varal, uma música do Adelino Moreira, grande sucesso com Nelson Gonçalves e um presente do deuses esta gravação com Cesária Évora. Vale fechar os olhos e ouvir, porque nem sempre a voz nos pertence. Pertence a quem nos ouve.


quarta-feira, 6 de junho de 2012

Divulgando...


Conversa entre Heloisa Buarque de Hollanda 
e Armando Freitas Filho
Instituto Moreira Salles - Rio de Janeiro
6 de junho de 2012 às 20h