segunda-feira, 21 de setembro de 2015

DIA NACIONAL DE LUTA DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA

 
 
Certa vez ouvi de uma menina de 8 anos a pergunta: Como é ser cego? E eu me coloquei a responder da maneira como imaginei que ela quisesse saber. Expliquei que não ver é ver o indefinido, para alguns, para outros é a sensação de escuro... para outros parece uma nuvem através da qual não se consegue ver nada... E dessa pergunta ela fez várias, querendo saber sobre tantas outras coisas, tais como era ler, escrever, escolher comida 
em um restaurante a quilo, fazer sinal para um ônibus, dar dinheiro corretamente ou receber, contar as gotas da novalgina, achar a tampa da pasta de dente que cai no chão, ver um filme, ver uma exposição de pintura, assistir a uma ópera, saber qual é o pacote de açúcar e qual é o de sal, ver o rosto de um filho... em fim, tantas coisas para as quais dependemos da visão! 
Ser cego pode ser divertido ou triste, assim como ser rico, física, sensorial, mental e intelectualmente perfeito pode ser bom ou ruim, dependendo da maneira com que se percebe o mundo, as pessoas e a vida. Todos têm metas a construir e objetivos a alcançar. Acredito que nisso somos todos iguais, porém, toda pessoa com deficiência tem um desafio a mais, enfrentar as dificuldades impostas pela própria condição em interação com a sociedade e as barreiras físicas e atitudinais que dificultam nossa interação com o ambiente. Essas dificuldades podem ser muito antigas e simples (achar um grampo que cai no chão ou descobrir sem ajuda o sabor do chiclete que está na mão); ou muito mais complexas e recentes (digitar senha em uma máquina de cartão de crédito touch ou assistir a um filme no cinema na era 3d). 
Independentemente da dificuldade, temos que lutar contra cada uma delas, rir delas, superá-las, descobrir mais, superar mais, sempre mais! Não porque isto é bonito, mas porque o caminho natural de cada um de nós é prosseguir. E no nosso caso, essa trajetória tem um componente a mais: a interação social é uma luta 
Ao propor 21 de setembro como dia nacional de luta das pessoas com deficiência, Candido Pinto lembrava que 21 de setembro indica a entrada da primavera, tempo do desabrochar das flores, marcando o surgimento da esperança de tempos melhores para um segmento fortemente marcado pela discriminação e pela opressão por parte da sociedade. 
Para mim, 21 de setembro é um dia importante para lembrar que a construção de metas, realização de objetivos, convivência e superação de obstáculos continuará dia 22 de setembro. Essa luta é diária, constante, incessante, renovada todos os dias, por novas e várias barreiras, novas e diversas dificuldades e uma certeza: é possível chegar além! Muito além! Especialmente para os colegas com deficiência, deixo o link de um novo projeto que estamos começando, aceito sugestões.
Site sobre os Direitos da Pessoa Portadora de Deficiência
JOSEMARARAUJO.COM

segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Liberdade, oh, liberdade



                                                                                                          

DANUZA LEÃO
TODO MUNDO quer ser livre; a liberdade é o bem mais precioso, almejado por homens e mulheres de todas as idades, e a luta para conquistá-la começa bem cedo. Desde os primeiros meses de idade só se pensa em uma coisa: fazer apenas o que quer, na hora que quer, do jeito que quer.

Crianças de meses rejeitam a mamadeira de três em três horas, mas choram quando têm fome (só querem comer quando têm fome, o que é muito justo) e quando um pouco mais grandinhas, brigam para não vestir a roupa que a mãe escolheu.

Ficam loucas para ir sozinhas para o colégio, e quando chegam em casa além do horário previsto, ai de quem perguntar onde elas estiveram. "Por aí", é o que respondem, quando respondem e as mães que enlouqueçam.

Quando adolescentes, as coisas pioram: querem a chave da casa (e a do carro), e quando começam a sair à noite e os pais tentam estabelecer uma hora para chegar, é guerra na certa, com as devidas consequências: quarto trancado, onde ninguém pode entrar nem para fazer uma arrumação básica.

Naquele território ninguém entra, pois é o único do qual ele se sente dono portanto, livre. A partir dos 12 anos, o sonho de todos os adolescentes é morar num apart sozinhos, claro.

Mas o tempo passa, vem um namoro mais sério, e quem ama não é nem quer ser livre (para que o outro também não seja). Dá para quem está namorando sumir por três dias? Claro que não. Se for passar o fim de semana na casa da avó, em outra cidade, vai ter que dar o número do telefone, e isso lá é liberdade? Os celulares permitem, pelo menos, que eles não atendam, já que sabem quem está ligando.

Aí um dia você começa a achar que para ser livre mesmo é preciso ser só; começa a se afastar de tudo e cancela o amor em sua vida, entre outras coisas. Ah, que maravilha: vai aonde quer, volta na hora que bem entende, resolve se o almoço vai ser um sanduíche ou nada, sem ninguém para reclamar da geladeira vazia, trocar o canal de televisão ou reclamar do fumacê no quarto. Ah, viver em total liberdade é a melhor coisa do mundo.

Mas a vida não é simples, e um dia você acorda pensando em mudar de casa; fica horas pesando os prós e contras, mas não consegue decidir se deve ou não. Pensa em refrescar a cabeça e ir ao cinema, mas fica na dúvida enfrentar a fila, vale a pena? Vê a foto de uma modelo na revista e tem vontade de cortar o cabelo igual, mas será que deve?

Acaba não fazendo nada, e depois de tantos anos sem precisar dar satisfação da vida a ninguém, começa a sentir uma estranha nostalgia.

Como seria bom se tivesse alguém para dizer que é loucura fazer uma tatuagem; que aconselhasse a não trocar de carro agora pra que, se o seu está tão bom?



Que mostrasse o quanto foi injusta com aquela amiga e precipitada quando largou o marido, o quanto foi rude com a faxineira por bobagem. Que falasse coisas que iam te irritar, desse conselhos que você ia seguir ou não, alguém com quem você pudesse brigar, que te atormentasse o juízo às vezes, para poder reclamar bastante. Alguém que dissesse o que deve ou não fazer, o que pode e o que não pode, e até mesmo te proibisse de alguma coisa.

E que às vezes notasse suas olheiras e falasse, de maneira firme, que você está muito magra e talvez exagerando na dieta; alguém que percebesse que faltando dez dias para o final do mês você só tem R$ 50 na carteira e perguntasse se você não está precisando de alguma coisa. E que dissesse sempre, em qualquer circunstância, "vai dar tudo certo". Que falta faz um pai.

terça-feira, 23 de junho de 2015

Divulgando


                                                              https://www.facebook.com/events/764579936990610/

domingo, 10 de maio de 2015

Cores da Vida



Arquivo pessoal- Maceió/2014
Quais seriam as cores da vida?
O azul, talvez, porque nos traz sabedoria?
Ou será o amarelo, representando a alegria?
Será o verde porque nos dá a esperança?
Ou talvez o vermelho, o amor da criança?
O branco? da nossa paz
Ou o preto, dor que nos traz?
Talvez nenhuma delas
Mas o que trazem nelas
A vida não tem só uma cor
Mas todas elas com alegria e dor

                                                                        Julia Szelazek/2013 

sexta-feira, 1 de maio de 2015

Dia do trabalhador - O que você fez com o seu primeiro salário?



O que você fez com o seu primeiro salário? Essa é a pergunta que me veio a cabeça ontem, finalizando uma aula depois de três turnos de trabalho.
Contei aos alunos do PEJA - Educação de Jovens e Adultos - que recordo ter comprado um par de chinelos para a minha mãe na antiga MESBLA e ter guardado o resto do dinheiro como boa filha de portuguesa. Era dinheiro de uma bolsa de pesquisa da UERJ, universidade em que estudei minha graduação. Foi uma alegria ter visto que já tinha conta salário e tenho guardado até hoje o primeiro cartão de banco, também de um banco que não existe mais, o BANERJ. Mas a minha história é coisa pequena perto da narrativa da Lucélia, aluna da turma.
Com o primeiro salário, ela se deu ao luxo de comprar uma coca-cola e um hambúrguer S O M E N TE para ela. Vivia em tempos difíceis em que Ki-suco era o luxo maior da família. Não tenho a habilidade de escrever o quanto aquela história nos encheu de emoção. Ficamos todos a imaginar como relacionar coisas tão simples e tão importantes na vida de alguém.
Para quem começou uma aula apresentando Cartola com suas As rosas não falam e viu nos olhos de Lucélia toda uma felicidade de ser vitoriosa na vida, nem preciso dizer que no dia do trabalho, eu sou PROFESSORA!

sábado, 25 de abril de 2015

segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Óculos para 2015...

Foto Plínio Silveira

Pendurando no Varal da Cristina Varandas... 
mais do que um acessório, uma necessidade, pois viver-não-é-preciso-todavia-enxergar-é-vital!
                                                                           Plínio Silveira