terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Um país se faz com homens e livros


Dois anos após a tragédia na Região Serrana do Rio de Janeiro, vejo as imagens de outra tragédia-- agora em Caxias. Os motivos são sempre os mesmos, não precisamos repetir. Mas os dias não escurecem para pessoas como Zeca Pagodinho e Eliana Yunes. 

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O primeiro é conhecido pelas composições, pelas entrevistas bem humoradas, pelo despojamento total e pelo amor incondicional por Xerém, local muito atingido pelas águas. Zeca não reuniu amigos, não colou com ninguém quando viu todo aquele cenário de tristeza. Ele simplesmente colocou a mão no bolso, comprou colchões, comida, abriu as portas do seu sítio e acolheu. Emocionou.

Eliana Yunes é professora, diretora da Cátedra Unesco de Leitura da PUC-Rio, currículo acadêmico invejável, tem sorriso na voz e amor incondicional pela leitura. Nos anos 90, ela reuniu amigos, como Affonso Romano de Sant’anna e idealizou o Proler. Capacitou agentes de leitura que se espalharam pelo Brasil. Quando o governo cortou a verba do projeto, Eliana colocou a boca no trombone, fez barulho!

Há pouco mais de um mês, reencontro Eliana Yunes no XI Fórum de Estudos Linguísticos da UERJ. Quase 16 anos depois de ter sido bolsista no programa de incentivo à leitura coordenado por ela. Era a mesma Eliana, ainda com o sorriso na voz e tocando para frente novos projetos. O mais recente é o resgate dos escritos dos moradores de Nova Friburgo, que tem a primeira Secretaria de Leitura do Brasil. Resgate de documentos, memórias,  resgate da própria capacidade de se emocionar. 

          

Quem me conhece vai perceber, na entrevista aqui publicada,  o quanto  aprendi com essa mulher nos quase três anos de trabalho. Para quem não me conhece...prazer, camarão que dorme a onda leva!


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