sábado, 31 de março de 2012
quinta-feira, 29 de março de 2012
INUTILIDADES
Ninguém coça as costas da cadeira.
Ninguém chupa a manga da camisa.
O piano jamais abana a cauda.
Tem asa, porém, não voa, a xícara.
Ninguém chupa a manga da camisa.
O piano jamais abana a cauda.
Tem asa, porém, não voa, a xícara.
De que serve o pé da mesa se não anda?
E a boca da calça se não fala nunca?
Nem sempre o botão está na sua casa.
O dente de alho não morde cousa alguma
E a boca da calça se não fala nunca?
Nem sempre o botão está na sua casa.
O dente de alho não morde cousa alguma
Ah! Se trotassem os cavalos do motor...
Ah! Se fosse do circo o macaco do carro...
Então a menina dos olhos comeria
Até bolo esportivo e bala de revólver.
Ah! Se fosse do circo o macaco do carro...
Então a menina dos olhos comeria
Até bolo esportivo e bala de revólver.
José Paulo Paes
sábado, 24 de março de 2012
Noam Chomsky - Roda Viva (Brazil)
Qualquer estudioso da linguagem já leu sobre a importâcia de Noam Chomsky, um dos maiores pensadores do século XX, para os estudos da linguagem. No entanto, muitos desconhecem as reflexões de Chomsky sobre outros temas. Procurando algo totalmente diferente nesse vasto mundo que é a internet, descobri esta entrevista de Chomsky ao Programa Roda Viva. Já sabia que ele estivera no Brasil algumas vezes, mas desconhecia esse material. Na entrevista, Chomsky fala sobre mídia, internet, e evidentemente, questões políticas. Vou dispensar qualquer apresentação de Noam Chomsky por aqui, para que todos cliquem no link e tenham uma boa aula.
domingo, 18 de março de 2012
Cartas a um jovem poeta
"(...) Procure entrar em si mesmo. Investigue o motivo que o manda escrever; examine se estende suas raízes pelos recantos mais profundos de sua alma; confesse a si mesmo: morreria, se lhe fosse vedado escrever? Isto acima de tudo: pergunte a si mesmo na hora mais tranqüila de sua noite: "Sou mesmo forçado a escrever?” Escave dentro de si uma resposta profunda. Se for afirmativa, se puder contestar àquela pergunta severa por um forte e simples "sou", então construa a sua vida de acordo com esta necessidade. Sua vida, até em sua hora mais indiferente e anódina, deverá tornar-se o sinal e o testemunho de tal pressão. Aproxime-se então da natureza. Depois procure, como se fosse o primeiro homem, dizer o que vê, vive, ama e perde. (...) Utilize, para se exprimir, as coisas do seu ambiente, as imagens dos seus sonhos e os objetos de sua lembrança. Se a própria existência cotidiana lhe parecer pobre, não a acuse. Acuse a si mesmo, diga consigo que não é bastante poeta para extrair as suas riquezas. Para o criador, com efeito, não há pobreza nem lugar mesquinho e indiferente. Mesmo que se encontrasse numa prisão, cujas paredes impedissem todos os ruídos do mundo de chegar aos seus ouvidos, não lhe ficaria sempre sua infância, esta esplêndida e régia riqueza, esse tesouro de recordações? Volte a atenção para ela. Procure soerguer as sensações submersas deste longínquo passado: sua personalidade há de reforçar-se, sua solidão há de alargar-se e transformar-se numa habitação entre o lusco e fusco diante do qual o ruído dos outros passa longe, sem nela penetrar. Se depois desta volta para dentro, deste ensimesmar-se, brotarem versos, não mais pensará em perguntar seja a quem for se são bons. Nem tão pouco tentará interessar as revistas por esses seus trabalhos, pois há de ver neles sua querida propriedade natural, um pedaço e uma voz de sua vida. Uma obra de arte é boa quando nasceu por necessidade." http://www.releituras.com/rilke_menu.asp
sábado, 17 de março de 2012
sexta-feira, 9 de março de 2012
UM HOMEM DE CONSCIÊNCIA
Chamava-se João Teodoro, só. O mais pacato e modesto dos homens. Honestíssimo e lealíssimo, com um defeito apenas: não dar o mínimo valor a si próprio. Para João Teodoro, a coisa de menos importância no mundo era João Teodoro.
Nunca fora nada na vida, nem admitia a hipótese de vir a ser alguma coisa. E por muito tempo não quis nem sequer o que todos ali queriam: mudar-se para terra melhor.
Mas João Teodoro acompanhava com aperto de coração o deperecimento visível de sua Itaoca.
-“Isto já foi muito melhor” – dizia consigo. – “Já teve três médicos bem bons – agora só um e bem ruinzote. Já teve seis advogados e hoje mal dá serviço para um rábula ordinário como o Tenório. Nem circo de cavalinhos bate mais por aqui. A gente que presta se muda. Fica o restolho. Decididamente, a minha Itaoca está se acabando...”.
João Teodoro entrou a incubar a idéia de também mudar-se, mas para isso necessitava dum fato qualquer que o convencesse de maneira absoluta de que Itaoca não tinha mesmo conserto ou arranjo possível.
- “É isso” – deliberou lá por dentro. “Quando eu verificar que tudo está perdido, que Itaoca não vale mais nada de nada de nada, então arrumo a trouxa e boto-me fora daqui”.
Um dia aconteceu a grande novidade: a nomeação de João Teodoro para delegado. Nosso homem recebeu a notícia como se fosse uma porretada no crânio. Delegado, ele! Ele que não era nada, nunca fora nada, não queria ser nada, não se julgava capaz de nada...
Ser delegado numa cidadinha daquelas é coisa seriíssima. Não há cargo mais importante. É o homem que prende os outros, que solta, que manda dar sovas, que vai à capital falar com o governo. Uma coisa colossal ser delegado – e estava ele, João Teodoro, de-le-ga-do de Itaoca!...
João Teodoro caiu em meditação profunda. Passou a noite em claro, pensando e arrumando as malas. Pela madrugada botou-as num burro, montou no seu cavalinho magro e partiu.
Antes de deixar a cidade foi visto por um amigo madrugador.
- Que é isso, João? Para onde se atira tão cedo, assim de armas e bagagens?
-Vou-me embora – respondeu o retirante. – Verifiquei que Itaoca chegou mesmo ao fim.
-Mas, como? Agora que você está delegado?
- Justamente por isso. Terra em que João Teodoro chega a delegado eu não moro. Adeus. E sumiu.
(LOBATO, Monteiro. Um homem de consciência. In:Cidades mortas. 2 ed. São Paulo: Globo, 2009)
segunda-feira, 5 de março de 2012
domingo, 4 de março de 2012
Divulgando...
Colóquio Internacional de Formação Inicial e Continuada de Professores de Línguas Estrangeiras: desafios da aprendizagem e do ensino
16 e 17 de março de 2012 -
UFRJ - Campus da Praia Vermelha
Apresentação
A Faculdade de Educação da Universidade Federal do Rio de Janeiro, com o apoio acadêmico e logístico das Faculdades de Letras, em parceria com o Consulado Geral da França e a Universidade de Lyon promovem o "I° Colóquio Internacional de Formação de professores de línguas estrangeiras: desafios da aprendizagem e do ensino".
Articulando a formação continuada dos professores de língua estrangeira a um evento festivo mundialmente conhecido e celebrado, a « Semana da Francofonia », este evento tem o objetivo de fomentar o diálogo intercultural sobre as questões relacionadas à formação inicial e continuada dos professores de língua estrangeira, estabelecendo um intercâmbio entre estudantes, professores e pesquisadores que atuam nesta área. Reforçamos, portanto, que não se trata de um colóquio exclusivamente direcionado aos estudantes, professores e pesquisadores de francês como língua estrangeira, mas também aos de outros idiomas.
Esse espaço dialógico buscará promover a comunicação entre áreas tradicionalmente separadas em setores responsáveis pelos estudos das diferentes línguas e das diferentes literaturas estrangeiras. Junto a isso, a maior contribuição que este colóquio almeja oferecer é a ampliação do escopo de pesquisa, reflexão e debate acerca da formação inicial e continuada de professores de línguas, visto que a maioria dos eventos na área tende a focalizar aspectos específicos da linguagem em discussões que não dialogam com os espaços de formação e atuação docente.
A coordenação e organização deste colóquio será feita pelo Laboratório de Ensino e Pesquisa e Extensão em Formação de Professores de Línguas – FORPROLI – que visa o desenvolvimento de estudos sobre a formação de professores de línguas e literaturas e ensino/aprendizagem destas, no intuito de melhor compreender este campo de atuação profissional, apontando possíveis perspectivas de trabalho num diálogo com os saberes da prática docente.
Eixos Temáticos
- Análise do discurso e práticas docentes
- Processos de ensino/aprendizagem
- Leitura e letramento
- Literatura, cultura e formação docente
- Políticas Públicas de Ensino
Apoio
- Consulat Général de France à Rio de Janeiro
- Université de Lyon
- Faculdade de Educação da UFRJ
- Faculdade de Letras da UFRJ
- Associação de Professores de Espanhol do Estado do Rio de Janeiro
- Associação dos Professores de Francês do Estado do Rio de Janeiro
- Federação Internacional de Professores de Francês
- Federação Brasileira de Professores de Francês
sábado, 3 de março de 2012
VIII PLE- Encontro de Português Língua Estrangeira - UFF
Instituições Promotoras
Desenvolvido pelo STI - Setor Web
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